Paróquia São João Paulo II, Sombrio, Diocese de Criciúma (SC)

Paróquia São João Paulo II, Sombrio, Diocese de Criciúma (SC)







quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

“Deixemos o coração iluminar-se com a luz que brilha na gruta de Belém!”

Caros irmãos e irmãs, eis a Mensagem de Natal do Papa Bento XVI a todos nós...

O Verbo fez-Se carne (Jo 1, 14).

Queridos irmãos e irmãs, que me ouvis em Roma e no mundo inteiro, é com alegria que vos anuncio a mensagem do Natal: Deus fez-Se homem, veio habitar no meio de nós. Deus não está longe: está perto, mais ainda, é o «Emanuel», Deus-connosco. Não é um desconhecido: tem um rosto, o rosto de Jesus.

Trata-se de uma mensagem sempre nova, que não cessa de surpreender, porque ultrapassa a nossa esperança mais ousada. Sobretudo porque não se trata apenas de um anúncio: é um acontecimento, um fato sucedido, que testemunhas credíveis viram, ouviram, tocaram na Pessoa de Jesus de Nazaré! Permanecendo com Ele, observando os seus atos e escutando as suas palavras, reconheceram em Jesus o Messias; e, ao vê-Lo ressuscitado, depois que fora crucificado, tiveram a certeza de que Ele, verdadeiro homem, era simultaneamente verdadeiro Deus, o Filho unigénito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade (cf. Jo 1, 14).

«O Verbo fez-Se carne». Fitando esta revelação, ressurge uma vez mais em nós a pergunta: Como é possível? O Verbo e a carne são realidades opostas entre si; como pode a Palavra eterna e onipotente tornar-se um homem frágil e mortal? Só há uma resposta possível: o Amor. Quem ama quer partilhar com o amado, quer estar-lhe unido, e a Sagrada Escritura apresenta-nos precisamente a grande história do amor de Deus pelo seu povo, com o ponto culminante em Jesus Cristo.

Na realidade, Deus não muda: mantém-se fiel a Si mesmo. Aquele que criou o mundo é o mesmo que chamou Abraão e revelou o seu próprio Nome a Moisés: Eu sou Aquele que sou... o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob... Deus misericordioso e compassivo, cheio de amor e fidelidade (cf. Ex 3, 14-15; 34, 6). Deus não muda: Ele é Amor, desde sempre e para sempre. Em Si mesmo, é Comunhão, Unidade na Trindade, e cada obra e palavra sua tem em vista a comunhão. A encarnação é o ápice da criação. Quando no ventre de Maria, pela vontade do Pai e a ação do Espírito Santo, se formou Jesus, Filho de Deus feito homem, a criação atingiu o seu vértice. O princípio ordenador do universo, o Logos, começava a existir no mundo, num tempo e num espaço.

«O Verbo fez-Se carne». A luz desta verdade manifesta-se a quem a acolhe com fé, porque é um mistério de amor. Somente aqueles que se abrem ao amor, são envolvidos pela luz do Natal. Assim sucedeu na noite de Belém, e assim é hoje também. A encarnação do Filho de Deus é um acontecimento que se deu na história, mas ao mesmo tempo ultrapassa-a. Na noite do mundo, acende-se uma luz nova, que se deixa ver pelos olhos simples da fé, pelo coração manso e humilde de quem espera o Salvador. Se a verdade fosse apenas uma fórmula matemática, em certo sentido impor-se-ia por si mesma. Mas, se a Verdade é Amor, requer a fé, o «sim» do nosso coração.

E que procura, efetivamente, o nosso coração, senão uma Verdade que seja Amor? Procura-a a criança, com as suas perguntas tão desarmantes e estimuladoras; procura-a o jovem, necessitado de encontrar o sentido profundo da sua própria vida; procuram-na o homem e a mulher na sua maturidade, para orientar e sustentar os compromissos na família e no trabalho; procura-a a pessoa idosa, para levar a cumprimento a existência terrena.

«O Verbo fez-Se carne». O anúncio do Natal é luz também para os povos, para o caminho colectivo da humanidade. O «Emanuel», Deus-connosco, veio como Rei de justiça e de paz. O seu Reino - bem o sabemos - não é deste mundo, e todavia é mais importante do que todos os reinos deste mundo. É como o fermento da humanidade: se faltasse, definhava a força que faz avançar o verdadeiro progresso, o impulso para colaborar no bem comum, para o serviço desinteressado do próximo, para a luta pacífica pela justiça. Acreditar em Deus que quis compartilhar a nossa história, é um constante encorajamento a comprometer-se com ela, inclusive no meio das suas contradições; é motivo de esperança para todos aqueles cuja dignidade é ofendida e violada, porque Aquele que nasceu em Belém veio para libertar o homem da raiz de toda a escravidão.

A luz do Natal resplandeça novamente naquela Terra onde Jesus nasceu, e inspire Israelitas e Palestinianos na busca duma convivência justa e pacífica. O anúncio consolador da vinda do Emanuel mitigue o sofrimento e console nas suas provas as queridas comunidades cristãs do Iraque e de todo o Médio Oriente, dando-lhes conforto e esperança no futuro e animando os Responsáveis das nações a uma efetiva solidariedade para com elas. O mesmo suceda também em favor daqueles que, no Haiti, ainda sofrem com as consequências do terramoto devastador e com a recente epidemia de cólera. Igualmente não sejam esquecidos aqueles que, na Colômbia e na Venezuela mas também na Guatemala e na Costa Rica, sofreram recentemente calamidades naturais.

O nascimento do Salvador abra perspectivas de paz duradoura e de progresso autêntico para as populações da Somália, do Darfour e da Costa do Marfim; promova a estabilidade política e social em Madagáscar; leve segurança e respeito dos direitos humanos ao Afeganistão e Paquistão; encoraje o diálogo entre a Nicarágua e a Costa Rica; favoreça a reconciliação na Península Coreana.

A celebração do nascimento do Redentor reforce o espírito de fé, de paciência e de coragem nos fiéis da Igreja na China continental, para que não desanimem com as limitações à sua liberdade de religião e de consciência e, perseverando na fidelidade a Cristo e à sua Igreja, mantenham viva a chama da esperança. O amor do «Deus-connosco» dê perseverança a todas as comunidades cristãs que sofrem discriminação e perseguição, e inspire os líderes políticos e religiosos a empenharem-se pelo respeito pleno da liberdade religiosa de todos.

Queridos irmãos e irmãs, «o Verbo fez-Se carne», veio habitar no meio de nós, é o Emanuel, o Deus que Se aproximou de nós. Contemplemos, juntos, este grande mistério de amor; deixemos o coração iluminar-se com a luz que brilha na gruta de Belém! Boas-festas de Natal para todos!

CIDADE DO VATICANO, sábado, 25 de dezembro de 2010

Fonte: ZENIT.org

domingo, 17 de outubro de 2010

Oração do Rosário


Irmãos e amigos, neste mês do outubro, mês em que a Igreja, de maneira especial nos convida à oração do Santo Rosário, conheçamos um pouco mais sobre esta tão linda forma de estarmos em sintonia com Deus, através de Maria, Mãe de Deus e nossa...

A oração do Santo Rosário surge aproximadamente no ano 800 à sombra dos mosteiros, como saltério dos leigos. Dado que os monges rezavam os salmos (150), os leigos, que em sua maioria não sabiam ler, aprenderam a rezar 150 Pai nossos. Com o passar do tempo, se formaram outros três saltérios com 150 Ave Marias, 150 louvores em honra a Jesus e 150 louvores em honra a Maria.

No ano 1365 fez-se uma combinação dos quatro saltérios, dividindo as 150 Ave Marias em 15 dezenas e colocando um Pai nosso no início de cada uma delas. Em 1500 ficou estabelecido, para cada dezena a meditação de um episódio da vida de Jesus ou Maria, e assim surgiu o Rosário de quinze mistérios.

A palavra Rosário significa 'Coroa de Rosas'. A Virgem Maria revelou a muitas pessoas que cada vez que rezam uma Ave Maria lhe é entregue uma rosa e por cada Rosário completo lhe é entregue uma coroa de rosas. A rosa é a rainha das flores, sendo assim o Rosário a rosa de todas as devoções e, portanto, a mais importante.

O Santo Rosário é considerado a oração perfeita porque junto com ele está a majestosa história de nossa salvação. Com o rosário, meditamos os mistérios de gozo, de dor e de glória de Jesus e Maria. É uma oração simples, humilde como Maria. É uma oração que podemos fazer com ela, a Mãe de Deus. Com o Ave Maria a convidamos a rezar por nós. A Virgem sempre nos dá o que pedimos. Ela une sua oração à nossa. Portanto, esta é mais poderosa, porque Maria recebe o que ela pede, Jesus nunca diz não ao que sua mãe lhe pede. Em cada uma de suas aparições, nos convida a rezar o Rosário como uma arma poderosa contra o maligno, para nos trazer a verdadeira paz.

O Rosário é composto de dois elementos: oração mental e oração verbal.

No Santo Rosário a oração mental é a meditação sobre os principais mistérios ou episódios da vida, morte e glória de Jesus Cristo e de sua Santíssima Mãe.

A oração verbal consiste em recitar quinze dezenas (Rosário completo) ou cinco dezenas do Ave Maria, cada dezena iniciada por um Pai Nosso, enquanto meditamos sobre os mistério do Rosário.

A Santa Igreja recebeu o Rosário em sua forma atual em 1214 de uma forma milagrosa: quando a Virgem apareceu a Santo Domingo e o entregou como uma arma poderosa para a conversão dos hereges e outros pecadores daquele tempo. Desde então sua devoção se propagou rapidamente em todo o mundo com incríveis e milagrosos resultados.

Em nosso Santuário da Mãe da Salette, aos 18 dias de cada mês, acontece a Oração do Terço às 18h com a participação das comunidades de nossa paróquia. Participe!
"QUE A ORAÇÃO DO ROSÁRIO VOLTE A SER A ORAÇÃO DAS FAMÍLIAS QUE É A IGREJA DOMESTICA". (João Paulo II)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

19/09 DIA DE NOSSA SENHORA DA SALETTE

No último dia 19, a comunidade paroquial Santo Antônio de Pádua, celebrou o dia de Nossa Senhora da Salette com a Santa Missa presidida pelo pároco Pe. José Lino Buss.

Nesta data, completam 163 anos da aparição da Virgem Maria às crianças, Maximino e Melânia, em La Salette, na França. A Mãe de Deus aparece numa realidade de muita opressão e falta de fé, não diferente da que vivemos hoje, e suplica pela conversão de todos os pecadores. Pede-nos que façamos bem a nossa oração se quisermos ter uma vida feliz, em amizade com Deus e com os irmãos.

Que a Virgem Mãe da Salette, derrame sobre nós suas lágrimas de ternura e compaixão. Que possamos crescer cada dia mais no ardor missionário pelo Reino de Deus. E que, com nossa fidelidade, possamos consolar a lágrimas de Maria.

Nossa Senhora da Salette, reconciliadora dos pecadores, rogai sem cessar por nós que recorremos a Vós! Amém!




segunda-feira, 6 de setembro de 2010

"Fazei tudo o que Ele vos disser!"

Queridos irmãos e irmãs, como nas bodas de Caná, Maria continua intercedendo por nós e nos indica o caminho: ouvir a voz de Deus e realizar a sua vontade. E neste mês de setembro, de maneira muito especial, a Igreja nos convida a olharmos para a Bíblia, Palavra de Deus, fonte de Vida para nós!

A Sagrada Escritura é uma herança de Deus deixada para todos nós, seus filhos. É uma carta de amor aos homens escrita em linguagem humana a fim de que conheçamos a Sua inefável benignidade e possamos ser conduzidos a Ele. São livros sagrados que nos revelam o eterno e insondável amor misericordioso de Deus pela salvação da humanidade. “O amantíssimo Deus, buscando e preparando solicitamente a salvação de todo o gênero humano, por singular disposição, escolheu para Si um povo ao qual confiaria as promessas” (DV. 14).

A Bíblia nasceu de um chamado de Deus escondido no chão da vida do povo, para que este soubesse qual o verdadeiro caminho. Esse chamado foi descoberto, primeiramente, por Abraão, depois por Moisés e pelo povo oprimido do Egito, e por todo o povo de Deus, até os dias de hoje.

A Bíblia deve ser vista como o próprio Deus que se tornou e se torna Palavra de vida e salvação para todos. Pois, “a Palavra se fez carne e veio morar entre nós” (Jo 1, 14a), Jesus Cristo, “a fim de que todo que n’Ele crer tenha a vida eterna” (Jo 3, 15). “Ele é o primeiro e maior evangelizador enviado por Deus, e ao mesmo tempo Evangelho de Deus” (Dom Orlando Brandes).

“O verdadeiro discípulo de Jesus Cristo se constitui a partir do encontro com o Senhor, do acolhimento, meditação, vivência e testemunho de Sua Palavra” (Dom Geraldo L. Rocha). Acolhê-la é reconhecer que Jesus é o nosso único e verdadeiro Mestre, e que Suas Palavras são Espírito e Vida (cf. Jo 6, 63)

“É tão grande o poder e a eficácia que se encerra na Palavra de Deus, que ela constitui sustentáculo e vigor para a Igreja, e, para seus Filhos, firmeza da fé, alimento da alma, pura e perene fonte da vida espiritual” (DV. 21). Portanto, “é preciso fundamentar nosso compromisso missionário e toda a nossa vida na rocha da Palavra de Deus” (Doc. Aparecida).

Que Maria Santíssima, a discípula missionária mais perfeita do Senhor, nos ajude a, como Ela, acolher a Palavra de Deus, e a proclamar com a nossa vida o Evangelho de Jesus Cristo e, n’Ele a Boa Nova da dignidade humana, para que o mundo tenha vida e vida em plenitude. Amém!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Oração do Rosário



"Fazeis bem vossa oração, meus filhos?"

Irmãos e irmãs, assim como o alimento é essencial para a nossa saúde física, a oração é essencial para a nossa saúde espiritual. Por isso, nós devemos cultivar essa riqueza em nossa vida.

É através da oração que nós encontramos força para imitar Maria, a discípula-missionária mais perfeita do Senhor.

A oração do Santo Rosário é a prática que Nossa Senhora mais recomendou em suas aparições:
1858: em Lourdes, Nossa Senhora rezou o terço com Bernardette;
1917: em Fátima, pediu: “Rezem o terço todos os dias”;
1981: em Medjugorje, Ela repete seguidamente: “Rezem o terço!”;

Porém, se você não tem o habito de rezar o rosário, inicie por partes. Com o Terço em mãos, reze um mistério ou uma continha, com muito amor. Pois o exercício da oração faz com que tenhamos gosto em realizá-la. Rezar o Rosário todo, ou uma de suas partes, é reservar um tempo de silêncio e de serenidade para mergulhar na contemplação do mistério d’Aquele que é a nossa paz, Nosso Senhor Jesus Cristo.

Obedientes ao pedido da Mãe e confiantes na sua poderosa intercessão, nos reunimos em torno dela, na Gruta de NS da Salette, todo dia 18 de cada mês (Mãe Peregrina) às 18 horas (até setembro, está acontecendo às 17 horas). E todos os domingos, às 15 horas (Cursilho). Todos são convidados a participar!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Santa Missa 16/05

Querida comunidade cristã! Paz!

Com carinho estamos postando algumas fotos da Missa do dia 16/05, presidida pelo Pe. Thiago De Moliner Eufrásio, vigário paroquial.
Destacamos a participação da juventude na organização da liturgia, e o casal, Patrícia e Donizete, na animação.

Além das Celebrações Eucarísticas, acontece todo dia 18, às 17h (horário de inverno*) a oração do terço com a participação das comunidades, o que tem repercutindo muito bem, pela integração de todas as comunidades de nossa paróquia em torno da Mãe Maria.

Um forte abraço!

(*) A partir de setembro, voltará a acontecer às 18h.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Salette - uma mensagem



Salette é pequeno município, na França, formado por aldeias pobres, localizado entre os penhascos dos Alpes da Europa.

Em 19 de setembro de 1846, entre as montanhas de até 2.200 metros de altura, cerca de 600 famílias de agricultores sobreviviam às doenças, fome, conseqüências de uma agricultura fracassada. Pessoas que viviam voltadas para si mesmas, sem perspectiva de vida, desinteressadas pela religião. É a esta gente rude, pobre e abandonada como “ovelhas perdidas” que a Mãe de Deus veio falar de esperança e vida. Ela aparece a 2 pastorinhos, Maximino Giraud, de 11 anos e Melânia Calvat, de 13.

Na tarde de 19 de setembro de 1846, sobre a montanha da Salette, um forte clarão os chama atenção. Melânia grita: “Meu Deus, caiu o sol!” Abre-se o globo e aparece uma “Bela Senhora”, vestida de camponesa, sentada sobre uma pedra, rosto entre as mãos, cotovelos sobre os joelhos e chorando. O menino interpreta: “Deve ser uma Mãe que apanhou e veio aqui chorar”. Então, a “Bela Senhora” levanta-se e convida os pequenos a se aproximarem dela: “Vinde, meus filhos, não tenhais medo, aqui estou para vos contar uma grande novidade”.

De pé, sempre em pranto, com um crucifixo sobre o peito, donde pende um “Jesus que parecia vivo e nele paravam as lágrimas dela”, transmite uma mensagem fortemente bíblica, sempre atual, que nos enche de esperança, muito válida nos dias de hoje.

“Se meu povo não quer submeter-se, sou forçada a deixar cair o braço de meu Filho. É tão forte e pesado que não posso mais sustentar. Há tanto tempo que sofro por vós! Se quero que meu Filho não vos abandone, sou incumbida de suplicar-lhe sem cessar, e quanto a vós, nem fazeis caso. Por mais que rezeis, por mais que façais, jamais podereis recompensar os cuidados que tenho por vós. Dei-vos seis dias para trabalhar. Reservei-me o sétimo, e não mo quereis conceder! É isso que torna tão pesado o braço de meu Filho! E também, os carroceiros não sabem jurar sem usar o nome de meu Filho! São essas duas coisas que tornam tão pesado o braço de meu Filho! Se a colheita se estraga, é só por vossa causa. Eu vô-lo mostrei no ano passado com as batatinhas: vós nem fizeste caso! Ao contrário, quando encontráveis batatinhas estragadas, praguejáveis usando o nome de meu Filho. Elas continuarão assim e para o Natal não haverá mais. Não compreendeis meus filhos? Vou dizê-lo de outro modo”. (A Bela Senhora prossegue sua mensagem em dialeto local). “Se tiverdes trigo, não deveis semeá-lo. Todo o que semeardes será devorado pelos insetos, e o que produzir será transformado em pó ao ser malhado. Virá uma grande fome. Antes, porém, que a fome chegue, as crianças, menores de sete anos, serão acometidas de febre e morrerão nos braços das pessoas que as carregarem. Os outros farão penitência pela fome. As nozes caruncharão, as uvas apodrecerão”. (Aqui a Bela Senhora fala em particular a cada um dos dois e de novo os dois juntos voltam a ouvir suas palavras).

“Se vos converterem, as pedras e rochedos se transformarão em montões de trigo, e as batatinhas aparecerão semeadas nos campos.

Fazeis bem vossa oração, meus filhos?” (-Não muito, Senhora! Confessam as crianças).

“Ah! Meus filhos é preciso fazê-la bem, à noite e de manhã, rezando ao menos um “Pai Nosso” e uma “Ave Maria”. Quando puderdes fazer melhor, rezai mais. Durante o verão, só algumas mulheres idosas vão à missa, os outros trabalham no domingo, durante todo o verão. Durante o inverno, quando não sabem o que fazer, só vão à missa para zombar da religião. Na quaresma, vão ao açougue como cães. Nunca vistes trigo estragado, meus filhos?” (-Não Senhora! Responderam eles). “Mas, tu, meu filho, tu deves tê-lo visto alguma vez, em Coin, com teu pai. O dono da roça disse a teu pai que fosse ver seu trigo estragado. E, fostes até lá. Apanhastes duas ou três espigas entre as mãos, e, esfregando-as, tudo virou em pó. Ao voltares, quando estáveis a meia hora de Corps, teu pai te deu um pedaço de pão dizendo: toma, meu filho, come pão neste ano ainda, pois não sei quem dele comerá no próximo ano, se o trigo continuar assim!” (-Ah! Sim, Senhora, respondeu Maximino, agora lembro. Há pouco não lembrava disso.)

E a Bela Senhora conclue em francês: “Pois bem, meus filhos, transmitam esta mensagem a todo meu povo. Vamos, meus filhos, transmitam esta mensagem a todo meu povo.”

Repetindo isso, foi se erguendo nos ares até sumir.

-“Deve ser uma santa”, disse Melânia.

-“Se a gente soubesse disso, poderíamos ter pedido que nos levasse consigo”, conclui Maximino
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