Paróquia São João Paulo II, Sombrio, Diocese de Criciúma (SC)

Paróquia São João Paulo II, Sombrio, Diocese de Criciúma (SC)







terça-feira, 26 de março de 2013

EVANGELHO DO DIA

João 13,21-33.36-38
Honra, glória, poder e louvor a Jesus, nosso Deus e Senhor!
Salve, ó rei, obediente ao Pai, vós fostes levado para ser crucificado, como um manso cordeiro é conduzido à matança.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, estando à mesa com seus discípulos, 13 21 Jesus ficou perturbado em seu espírito e declarou abertamente: "Em verdade, em verdade vos digo: um de vós me há de trair!"
22 Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saber de quem falava.
23 Um dos discípulos, a quem Jesus amava, estava à mesa reclinado ao peito de Jesus.
24 Simão Pedro acenou-lhe para dizer-lhe: "Dize-nos, de quem é que ele fala".
25 Reclinando-se este mesmo discípulo sobre o peito de Jesus, interrogou-o: "Senhor, quem é?"
26 Jesus respondeu: "É aquele a quem eu der o pão embebido". Em seguida, molhou o pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes.
27 Logo que ele o engoliu, Satanás entrou nele. Jesus disse-lhe, então: "O que queres fazer, faze-o depressa".
28 Mas ninguém dos que estavam à mesa soube por que motivo lho dissera.
29 Pois, como Judas tinha a bolsa, pensavam alguns que Jesus lhe falava: "Compra aquilo de que temos necessidade para a festa". Ou: "Dá alguma coisa aos pobres".
30 Tendo Judas recebido o bocado de pão, apressou-se em sair. E era noite.
31 Logo que Judas saiu, Jesus disse: "Agora é glorificado o Filho do Homem, e Deus é glorificado nele.
32 Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará em breve.
33 Filhinhos meus, por um pouco apenas ainda estou convosco. Vós me haveis de procurar, mas como disse aos judeus, também vos digo agora a vós: para onde eu vou, vós não podeis ir".
36 Perguntou-lhe Simão Pedro: "Senhor, para onde vais?" Jesus respondeu-lhe: "Para onde vou, não podes seguir-me agora, mas seguir-me-ás mais tarde".
37 Pedro tornou a perguntar: "Senhor, por que te não posso seguir agora? Darei a minha vida por ti!"
38 Respondeu-lhe Jesus: "Darás a tua vida por mim! Em verdade, em verdade te digo: não cantará o galo até que me negues três vezes".
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
O TRAIDOR IDENTIFICADO
O anúncio da traição foi desconcertante para o grupo de discípulos. Independentemente de qualquer cultura, a traição é sempre um ato abominável. De modo especial, entre pessoas cujas vidas foram postas em comum, e nas quais se deposita toda confiança. Isto explica a surpresa dos discípulos quando Jesus anunciou que um deles haveria de traí-lo. E essa surpresa foi maior, quando o traidor foi identificado com Judas, filho de Simão Iscariotes.
O evangelista João dirá várias vezes que se tratava de um ladrão. Logo, alguém de caráter duvidoso, de quem se pode esperar tudo. A traição seria apenas mais uma manifestação da personalidade malsã deste discípulo. Os evangelhos, em geral, referem-se a Judas como alguém que vendeu sua própria consciência ao aceitar entregar o Mestre por um punhado de dinheiro.
Entretanto, é possível suspeitar de outras razões desta atitude tresloucada. Será que Judas entendeu, de fato, o projeto de Jesus? Terá sido capaz de abrir mão de seus esquemas messiânicos para aceitar Jesus tal qual se apresentava? Estava disposto a seguir um Messias pobre, manso, amigo dos excluídos e marginalizados, anunciador de um Reino incompatível com a violência e a injustiça? Judas esperava tirar partido do Reino a ser instaurado por Jesus. Vendo frustrado o seu intento, não teria tido escrúpulo de traí-lo?
Uma coisa é certa: Judas estava longe de sintonizar com Jesus. Algo parecido acontecia com Pedro, que haveria de negá-lo. Só que este recuou e se converteu à misericórdia do Senhor.

Oração
Pai, faze-me viver em sintonia com Jesus, de modo que meus preconceitos não venham a influenciar minha adesão a ele.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém!


(Fonte: Padre José Vergílio da Silva Cssr - www.jvergilio.com)


Acesse também: https://www.facebook.com/notes/padrevergilio-cssr/o-significado-do-tríduo-pascal/529086450476516

segunda-feira, 25 de março de 2013

EVANGELHO DO DIA


João 12,1-11
Honra, glória, poder e louvor a Jesus, nosso Deus e Senhor!
Salve, nosso rei, somente vós tendes compaixão dos nossos erros.


12 1 Seis dias antes da Páscoa, foi Jesus a Betânia, onde vivia Lázaro, que ele ressuscitara. 
2 Deram ali uma ceia em sua honra. Marta servia e Lázaro era um dos convivas. 
3 Tomando Maria uma libra de bálsamo de nardo puro, de grande preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa encheu-se do perfume do bálsamo.
4 Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de trair, disse:
5 "Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres?"
6 Dizia isso não porque ele se interessasse pelos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, furtava o que nela lançavam.
7 Jesus disse: "Deixai-a; ela guardou este perfume para o dia da minha sepultura.
8 Pois sempre tereis convosco os pobres, mas a mim nem sempre me tereis".
9 Uma grande multidão de judeus veio a saber que Jesus lá estava; e chegou, não somente por causa de Jesus, mas ainda para ver Lázaro, que ele ressuscitara.
10 Mas os príncipes dos sacerdotes resolveram tirar a vida também a Lázaro,
11 porque muitos judeus, por causa dele, se afastavam e acreditavam em Jesus.
Palavra da Salvação.
Comentário do Evangelho
UMA PREOCUPAÇÃO SUSPEITA 
A preocupação de Judas Iscariotes pelos pobres foi posta sob suspeita pelo evangelista e reforçada por Jesus. O evangelista interpretou como ganância a preocupação do companheiro com o desperdício do nardo puro e precioso usado por Maria para ungir os pés do Mestre. Isto por que era Judas quem cuidava das finanças do grupo, e estava habituado a roubar as ofertas que eram dadas para o sustento de todos. 
Por sua vez, Jesus alertou os discípulos: teriam sempre a possibilidade de fazer o bem aos pobres, não teriam, porém, a chance de partilhar de sua presença para sempre. O momento da partida estava para chegar. 
O Mestre revelou aos seus discípulos o valor simbólico do gesto de Maria. Ela estava antecipando o que deveria acontecer no sepultamento de Jesus, ungindo o corpo que seria colocado no túmulo. Afinal, havendo de padecer a morte dos pobres, sem nem mesmo ter um túmulo para ser sepultado, Maria estava suprindo o gesto de piedade de que seria privado. 
Sobretudo, Judas não se dava conta de estar convivendo com Jesus, cuja opção era ser pobre e viver como pobre. Não só, o Mestre buscava sempre a convivência com os pobres, com os quais se mostrava solidário. Portanto, a censura de Judas a Jesus não tinha cabimento. O Mestre sabia muito bem o que estava fazendo, e o sentido de tudo o que estava acontecendo. O discípulo é que estava obcecado pela malícia. 

Oração
Pai, tira de mim toda malícia que me impede de compreender, em profundidade, os gestos de Jesus, o qual se fez pobre entre os pobres, e morreu como um deles. 
(Fonte: www.jvergilio.com)

domingo, 24 de março de 2013

EVANGELHO DO DIA


Evangelho - Lc 23,1-49

Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Lucas 23,1-49

Naquele tempo: 1Toda a multidão se levantou e levou Jesus a Pilatos. Não encontro neste homem nenhum crime. 2Começaram então a acusá-lo, dizendo: "Achamos este homem fazendo subversão entre o nosso povo, proibindo pagar impostos a César e afirmando ser ele mesmo Cristo, o Rei. "3Pilatos o interrogou: "Tu és o rei dos judeus?" Jesus respondeu, declarando: "Tu o dizes!" 4Então Pilatos disse aos sumos sacerdotes e à multidão: "Não encontro neste homem nenhum crime." 5Eles, porém, insistiam: "Ele agita o povo, ensinando por toda a Judéia, desde a Galiléia, onde começou, até aqui." 6Quando ouviu isto, Pilatos perguntou: "Este homem é galileu?" 7Ao saber que Jesus estava sob a autoridade de Herodes, Pilatos enviou-o a este, pois também Herodes estava em Jerusalém naqueles dias. Herodes, com seus soldados, tratou Jesus com desprezo. 8Herodes ficou muito contente ao ver Jesus, pois havia muito tempo desejava vê-lo. Já ouvira falar a seu respeito e esperava vê-lo fazer algum milagre. 9Ele interrogou-o com muitas perguntas. Jesus, porém, nada lhe respondeu. 10Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei estavam presentes e o acusavam com insistência. 11Herodes, com seus soldados, tratou Jesus com desprezo, zombou dele, vestiu-o com uma roupa vistosa e mandou-o de volta a Pilatos. 12Naquele dia Herodes e Pilatos ficaram amigos um do outro, pois antes eram inimigos. 13Então Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o povo, e lhes disse: 14"Vós me trouxestes este homem como se fosse um agitador do povo. Pois bem! Já o interroguei diante de vós e não encontrei nele nenhum dos crimes de que o acusais; 15nem Herodes, pois o mandou de volta para nós. Como podeis ver, ele nada fez para merecer a morte. 16Portanto, vou castigá-lo e o soltarei. 18Toda a multidão começou a gritar: "Fora com ele! Solta-nos Barrabás!" 19Barrabás tinha sido preso por causa de uma revolta na cidade e por homicídio. 20Pilatos falou outra vez à multidão, pois queria libertar Jesus. 21Mas eles gritavam: "Crucifica-o! Crucifica-o!" 22E Pilatos falou pela terceira vez: "Que mal fez este homem? Não encontrei nele nenhum crime que mereça a morte. Portanto, vou castigá-lo e o soltarei." 23Eles, porém, continuaram a gritar com toda a força, pedindo que fosse crucificado. E a gritaria deles aumentava sempre mais. 24Então Pilatos decidiu que fosse feito o que eles pediam. 25Soltou o homem que eles queriam - aquele que fora preso por revolta e homicídio - e entregou Jesus à vontade deles. 26Enquanto levavam Jesus, pegaram um certo Simão, de Cirene, que voltava do campo,e impuseram-lhe a cruz para carregá-la atrás de Jesus. 27Seguia-o uma grande multidão do povo e de mulheres que batiam no peito e choravam por ele. 28Jesus, porém, voltou-se e disse: "Filhas de Jerusalém, não choreis por mim! Chorai por vós mesmas e por vossos filhos!29Porque dias virão em que se dirá: "Felizes as mulheres que nunca tiveram filhos, os ventres que nunca deram à luz e os seios que nunca amamentaram". 30Então começarão a pedir às montanhas: "Caí sobre nós! e às colinas: "Escondei-nos!"31Porque, se fazem assim com a árvore verde, o que não farão com a árvore seca?"32Levavam também outros dois malfeitores para serem mortos junto com Jesus. Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem! 33Quando chegaram ao lugar chamado "Calvário", ali crucificaram Jesus e os malfeitores: um à sua direita e outro à sua esquerda. 34Jesus dizia: "Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!" Depois fizeram um sorteio, repartindo entre si as roupas de Jesus. Este é o Rei dos Judeus. 35O povo permanecia lá, olhando. E até os chefes zombavam, dizendo: "A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo,se, de fato, é o Cristo de Deus, o Escolhido!" 36Os soldados também caçoavam dele; aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre, 37e diziam: "Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!" 38Acima dele havia um letreiro: "Este é o Rei dos Judeus."Hoje estarás comigo no Paraíso. 39Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo: "Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!" 40Mas o outro o repreendeu, dizendo: "Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma condenação? 41Para nós, é justo, porque estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal." 42E acrescentou: "Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado." 43Jesus lhe respondeu: "Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso. "Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito. 44Já era mais ou menos meio-dia e uma escuridão cobriu toda a terra até às três horas da tarde, 45pois o sol parou de brilhar. A cortina do santuário rasgou-se pelo meio, 46e Jesus deu um forte grito: "Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito. "Dizendo isso, expirou. (Aqui todos se ajoelham e faz-se uma pausa). 47O oficial do exército romano viu o que acontecera e glorificou a Deus dizendo: "De fato! Este homem era justo!" 48E as multidões, que tinham acorrido para assistir, viram o que havia acontecido, e voltaram para casa, batendo no peito. 49Todos os conhecidos de Jesus, bem como as mulheres que o acompanhavam desde a Galiléia, ficaram à distância, olhando essas coisas.
Palavra da Salvação.


Homilia do Papa Francisco na missa do Domingo de Ramos


Jesus entra em Jerusalém. A multidão dos discípulos acompanha-O em festa, os mantos são estendidos diante d'Ele, fala-se dos prodígios que realizou, ergue-se um grito de louvor: "Bendito seja aquele que vem, o rei, em nome do Senhor! Paz no céu e glória no mais alto dos céus!" (Lc 19,38).

Multidão, festa, louvor, bênção, paz: respira-se um clima de alegria. Jesus despertou tantas esperanças no coração, especialmente das pessoas humildes, simples, pobres, abandonadas, pessoas que não contam aos olhos do mundo. Ele soube compreender as misérias humanas, mostrou o rosto misericordioso de Deus, inclinou-Se para curar o corpo e a alma.

Este é Jesus. Este é o seu coração que olha para todos nós, que olha as nossas doenças, os nossos pecados. É grande o amor de Jesus. E assim entra em Jerusalém com este amor, e olha para todos nós. É uma cena bela: cheia de luz - a luz do amor de Jesus, aquele do seu coração - de alegria, de festa.

No início da missa, também nós o repetimos. Agitamos os nossos ramos de palmeira e de oliveira. Também nós acolhemos Jesus; também nós expressamos a alegria de acompanhá-Lo, de senti-Lo perto de nós, presente em nós e em meio a nós, como um amigo, como um irmão, também como rei, isto é, como farol luminoso da nossa vida. Jesus é Deus, mas se abaixou para caminhar conosco. É o nosso amigo, o nosso irmão. Quem nos ilumina no caminho. E assim O acolhemos. E esta é a primeira palavra que gostaria de dizer a vocês: alegria! Nunca sejam homens e mulheres tristes: um cristão não pode nunca sê-lo! Não vos deixeis invadir pelo desânimo! A nossa não é uma alegria que nasce do fato de possuirmos muitas coisas, mas de termos encontrado uma Pessoa: Jesus, que está em meio a nós; nasce do saber que com Ele nunca estamos sozinhos, mesmo nos momentos difíceis, mesmo quando o caminho da vida é confrontado com problemas e obstáculos que parecem insuperáveis, e há tantos! E neste momento vem o inimigo, vem o diabo, disfarçado como anjo muitas vezes, e insidiosamente nos diz a sua palavra. Não o escuteis! Sigamos Jesus! Nós acompanhamos, seguimos Jesus, mas, sobretudo, sabemos que Ele nos acompanha e nos carrega aos seus ombros: aqui está a nossa alegria, a esperança que devemos levar a este nosso mundo. E, por favor, não deixem roubar a esperança! Não deixem roubar a esperança! Aquela que Jesus nos dá.

Mas nos perguntamos: segunda palavra. Por que Jesus entra em Jerusalém, ou talvez melhor: como entra Jesus em Jerusalém? A multidão aclama-O como Rei. E Ele não Se opõe, não a manda calar (cf. Lc 19,39-40). Mas, que tipo de Rei é Jesus? Vejamo-Lo: monta um jumentinho, não tem uma corte que o segue, não está rodeado de um exército símbolo de força. Quem O acolhe são pessoas humildes, simples, que têm o sentido de ver em Jesus algo mais; tem aquele sentido da fé, que diz: Este é o Salvador. Jesus não entra na Cidade Santa para receber as honras reservadas aos reis terrenos, a quem tem poder, a quem domina; entra para ser flagelado, insultado e ultrajado, como preanuncia Isaías na primeira leitura (cf. Is 50, 6); entra para receber uma coroa de espinhos, uma vara, um manto de púrpura, a sua realeza será objeto de escárnio; entra para subir ao Calvário carregado em uma madeira. E aqui temos a segunda palavra: cruz. Jesus entra em Jerusalém para morrer na Cruz. E é precisamente aqui que brilha o seu ser Rei segundo Deus: o seu trono real é a madeira da Cruz! Penso naquilo que Bento XVI dizia aos cardeais: vós sois príncipes, mas de um Rei crucificado. Aquele é o trono de Jesus. Jesus toma sobre si… Por que a Cruz? Porque Jesus toma sobre si o mal, a sujeira, o pecado do mundo, também o nosso pecado, de todos nós, e o lava, o lava com o seu sangue, com a misericórdia, com o amor de Deus. Olhemos ao nosso redor: quantas feridas o mal inflige à humanidade! Guerras, violência, conflitos econômicos que afetam quem é mais vulnerável, sede de dinheiro, que depois ninguém pode levar consigo, deve deixá-lo. Minha avó dizia a nós crianças: a mortalha não tem bolsos. Amor ao dinheiro, poder, corrupção, divisões, crimes contra a vida humana e contra a criação! E também – cada um de nós o sabe e o conhece – e os nossos pecados pessoais: a falta de amor e de respeito com Deus, para com o próximo e para com toda a criação. Na cruz, Jesus sente todo o peso do mal e, com a força do amor de Deus, vence-o, derrota-o na sua ressurreição. Este é o bem que Jesus faz a todos nós no trono da Cruz. A cruz de Cristo abraçada com amor nunca leva à tristeza, mas à alegria, à alegria de ser salvos e de fazer um pouquinho daquilo que fez Ele naquele dia de sua morte.

Hoje, nesta praça, há tantos jovens: há 28 anos o Domingo de Ramos é o Dia da Juventude! E aqui aparece a terceira palavra: jovens! Queridos jovens, eu os vi na procissão, quando vocês entraram; imagino-vos fazendo festa ao redor de Jesus, agitando os ramos de oliveira; imagino-vos gritando o seu nome e expressando a vossa alegria por estardes com Ele! Vós tendes uma parte importante na festa da fé! Vós nos trazeis a alegria da fé e nos dizeis que devemos viver a fé com um coração jovem, sempre: um coração jovem, mesmo aos setenta, oitenta anos! Coração jovem! Com Cristo o coração não envelhece nunca! Entretanto, todos sabemos e vós o sabeis bem, que o Rei que seguimos e que nos acompanha é muito especial: é um Rei que ama até à cruz e nos ensina a servir, a amar. E vós não tendes vergonha da sua Cruz! Antes, abraçam a Cruz, porque compreendem que é na doação de si mesmo, na doação de si mesmo, no sair de si mesmo, que se alcança a verdadeira alegria e que com o amor de Deus Ele venceu o mal. Vós levais a Cruz peregrina por todos os continentes, pelas estradas do mundo! Vocês a levaram respondendo ao convite de Jesus "Ide e fazei discípulos entre todas as nações" (cf. Mt 28,19), que é o tema da Jornada da Juventude deste ano. Vocês a levam para dizer a todos que, na cruz, Jesus abateu o muro da inimizade, que separa os homens e os povos, e trouxe a reconciliação e a paz. Queridos amigos, também eu me coloco em caminho com vocês, na esteira do Beato João Paulo II e de Bento XVI. Já estamos perto da próxima etapa desta grande peregrinação da Cruz. Olho com alegria para o próximo mês de Julho, no Rio de Janeiro! Vinde! Encontramo-nos naquela grande cidade do Brasil! Preparai-vos bem, sobretudo espiritualmente, nas vossas comunidades, para que este Encontro seja um sinal de fé para o mundo inteiro. Os jovens devem dizer ao mundo: é bom seguir Jesus; é bom caminhar com Jesus; é boa a mensagem de Jesus; é bom sair de si mesmo, às periferias do mundo e da existência para levar Jesus! Três palavras: alegria, cruz, jovens.

Peçamos a intercessão da Virgem Maria. Que Ela nos ensine a alegria do encontro com Cristo, o amor com que O devemos contemplar ao pé da cruz, o entusiasmo do coração jovem com que O devemos seguir nesta Semana Santa e por toda a nossa vida. Assim seja.

FRANCISCUM PP.

quinta-feira, 21 de março de 2013

EVANGELHO DO DIA


João 8,51-59
Glória a Cristo, palavra eterna do Pai, que é amor!
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz. Não fecheis os corações como em Meriba! (Sl 94,8)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João. 
Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: 8 51 "Em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, não verá jamais a morte".
52 Disseram-lhe os judeus: "Agora vemos que és possuído de um demônio. Abraão morreu, e também os profetas. E tu dizes que, se alguém guardar a tua palavra, jamais provará a morte.
53 És acaso maior do que nosso pai Abraão? E, entretanto, ele morreu e os profetas também. Quem pretendes ser?"
54 Respondeu Jesus: "Se me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; meu Pai é quem me glorifica, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus
55 e, contudo, não o conheceis. Eu, porém, o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria mentiroso como vós. Mas conheço-o e guardo a sua palavra.
56 Abraão, vosso pai, exultou com o pensamento de ver o meu dia. Viu-o e ficou cheio de alegria".
57 Os judeus lhe disseram: "Não tens ainda cinqüenta anos e viste Abraão!"
58 Respondeu-lhes Jesus: "Em verdade, em verdade vos digo: antes que Abraão fosse, eu sou".
59 A essas palavras, pegaram então em pedras para lhas atirar. Jesus, porém, se ocultou e saiu do templo.
Palavra da Salvação.


Comentário do Evangelho
O SENHOR DA VIDA
A origem e o destino de Jesus foram motivo de controvérsia com os judeus. Por um lado, o Mestre proclamava: “Se alguém guarda a minha palavra, jamais verá a morte”. Por outro, afirmava: "Antes que Abraão existisse, Eu sou".
Seus adversários raciocinavam de maneira aparentemente lógica. Os personagens mais veneráveis do povo, como Abraão e os profetas, morreram. Acreditava-se na volta do profeta Elias, que fora arrebatado ao céu numa carruagem de fogo. Não se tinha, porém, notícia de alguém que não iria experimentar a morte. Com Jesus, não haveria de ser diferente. Quanto à sua origem, era suficiente considerar sua idade bastante jovem – "Ainda não tens cinqüenta anos..." – para se dar conta da falsidade de sua afirmação.
Este modo de pensar estava em total descompasso com a real intenção de Jesus. Referindo-se à morte, pensava em algo muito mais radical que a pura morte física. Suas palavras abririam caminho para a vida eterna, na comunhão plena com o Pai, para além das vicissitudes desta vida terrena. Ao referir-se à sua origem, não estava pensando no seu nascimento carnal, historicamente determinável, e sim na sua vida prévia, no seio do Pai. Neste sentido, pode-se dizer anterior ao patriarca Abraão, por possuir uma existência eterna.
Os inimigos de Jesus eram demasiados terrenos para compreender esta linguagem.

Oração
Pai, coloca-me em sintonia com as palavras e o modo de pensar de teu Filho Jesus, para que eu possa compreender seus ensinamentos, sem deturpá-los.
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quarta-feira, 20 de março de 2013

EVANGELHO DO DIA

EVANGELHO (Jo 8, 31-42)

Quarta-Feira, 20 de Março de 2013
5ª Semana da Quaresma

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 31Jesus disse aos judeus que nele tinham acreditado: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, 32e co­nhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
33Responderam eles: “Somos descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém. Como podes dizer: ‘Vós vos tornareis livres’?”
34Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. 35O escravo não permanece para sempre numa família, mas o filho permanece nela para sempre. 36Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres. 37Bem sei que sois descendentes de Abraão; no entanto, procurais matar-me, porque a minha palavra não é acolhida por vós. 38Eu falo o que vi junto do Pai; e vós fazeis o que ouvistes do vosso pai”.
39Eles responderam então: “Nosso pai é Abraão”. Disse-lhes Jesus: “Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão! 40Mas agora, vós procurais matar-me, a mim, que vos falei a verdade que ouvi de Deus. Isto, Abraão não o fez. 41Vós fazeis as obras do vosso pai”.
Disseram-lhe, então: “Nós não nascemos do adultério, temos um só pai: Deus”.42Respondeu-lhes Jesus: “Se Deus fosse vosso Pai, certamente me amaríeis, porque de Deus é que eu saí, e vim. Não vim por mim mesmo, mas foi ele que me enviou”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


NA MEDIDA QUE SERVIMOS A DEUS SOMOS LIVRES

No Evangelho de hoje está o caminho da santidade que passa pelo seguimento a Cristo. Fazer-se seus discípulos, isto é, o caminho da santidade é, na realidade, um caminho na verdade e na liberdade. De fato, Jesus diz: ”Se permanecerdes fiéis à minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos; conhecereis a verdade e a verdade libertar-vos-á”.
Propor a santidade de vida não é mais do que propor o caminho da verdade e da liberdade.
À luz da fé, a santidade é vida na verdade total não limitada às realidades materiais ou apenas à vida terrena. Com efeito, o santo tem em consideração tanto os bens materiais como os espirituais; tem em consideração tanto a realidade terrena como a sobrenatural; contempla a própria vida não apenas na perspectiva temporal, mas também eterna. Por outras palavras, o santo vive na verdade considerando todos os aspectos da própria existência.
Aquele que deseja a santidade abre-se a Deus, bem supremo e fonte da verdade. Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14, 6). Depois da Sua Morte e Ressurreição, prometeu que nos enviaria o Espírito Santo como “o Espírito de verdade” (Jo 16, 13), que nos “guiaria à verdade total” (Jo 16, 13). Rezou ao Pai pelos seus discípulos: ”Consagra-os na verdade. A tua palavra é verdade” (Jo 17, 17). Diante de Pilatos disse: ”Foi por isso que nasci e para isso vim ao mundo: para dar testemunho da verdade” (Jo 18, 37). Seguindo radicalmente Cristo, caminhamos na verdade, na verdade total, na verdade que não desilude (cf. Rm 9, 33).
A santidade de vida e a abertura à graça ajudam-nos na realidade a compreender, mais profundamente, as verdades de Deus. São Paulo justamente escreve: ”O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus; para ele são loucura, e não é capaz de as compreender” (1 Cor 2, 14). Ou ainda: “Todo aquele que peca não viu Deus nem o conheceu” (1 Jo 3, 6). Não alcançamos a contemplação plena do rosto do Senhor unicamente com as nossas forças, mas deixando-nos guiar pela graça.
Somente a experiência do silêncio e da oração oferece o horizonte adequado no qual pode maturar e desenvolver-se o conhecimento mais verdadeiro, aderente e coerente do mistério de Deus. Por este motivo, com frequência nos surpreende a compreensão perspicaz da verdade de Deus que os santos demonstram, mesmo os que não fizeram muitos estudos.
Sim, o caminho da santidade é um caminho na verdade, na verdade total.
No Evangelho, Jesus diz também que “a verdade libertar-vos-á”. O Mestre Divino fala aqui da liberdade verdadeira, espiritual. Na realidade, o caminho na verdade, isto é, o olhar sobre todos os aspectos da nossa existência, ajuda-nos a encontrar uma justa escala de valores. Ajuda-nos, por conseguinte, a não nos tornarmos – ou a permanecermos – escravos dos bens materiais e das nossas concupiscências, dos vícios, do pecado, mas estimula-nos e torna-nos capazes de desejar os valores mais importantes, indestrutíveis, perenes.
Jesus, no Evangelho de hoje, responde aos judeus de maneira clara: ”Em verdade, em verdade vos digo: aquele que cometer pecado é escravo do pecado”. Vem à nossa mente tantos jovens que hoje são escravos da droga, do sexo, do prazer, do dinheiro, do orgulho, da preguiça, da inveja, etc. Não são livres. Não são livres de desejar os valores maiores. Contudo, quem de nós não experimentou e não experimenta – em maior ou menor medida – a escravidão de vários vícios e debilidades? Santo Agostinho, que depois de uma vida tão libertina teve que se esforçar bastante para encontrar esta liberdade espiritual, isto é, para partir as correntes dos seus maus hábitos e da paixão carnal, depois escreveu com convicção: ”Ouso dizer que, na medida em que servimos a Deus, somos livres, enquanto que na medida em que servimos a lei do pecado somos escravos”.
Santo Agostinho também tinha a consciência de que a liberdade espiritual não se alcança plenamente com as próprias forças, mas unicamente por meio da graça, da ajuda do Senhor. Contudo, Jesus afirma isto de maneira clara no Evangelho que ouvimos: ”Por conseguinte, se o Filho vos libertar sereis verdadeiramente livres”. Portanto, seremos verdadeiramente livres se o Filho nos libertar!
O caminho da santidade é um caminho para a liberdade verdadeira, espiritual, que pode se manifestar “até em condições de constrição exterior” como nos ensinou o beato João Paulo II, na carta Encíclica Redemptor hominis, 12. A condição da sua autenticidade é “a exigência de uma relação honesta em relação à verdade [...] a toda a verdade acerca do homem e do mundo”, continua Sua Santidade. Assim, voltam à nossa mente as palavras de Jesus no Evangelho de hoje: ”a verdade libertar-vos-á”.
Peçamos ao Senhor que nos ajude a aceitar seriamente o convite à santidade nas nossas condições de vida cotidiana, que não é mais do que um convite a caminhar na verdade total e na liberdade autêntica.
Padre Bantu Mendonça

terça-feira, 19 de março de 2013

EVANGELHO DO DIA


Terça-Feira, 19 de Março de 2013
São José, Esposo da Virgem Maria

Evangelho (Mt 1, 16. 18-21. 24a) 

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!

16Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo.18A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 19José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria em segredo.20Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo.
21Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. 24aQuando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

Ou (escolhe-se um dos evangelhos)

Evangelho (Lc 2,41-51)

41Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. 42Quando ele completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. 43Passados os dias da Páscoa, começaram a viagem de volta, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. 44Pensando que ele estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. 45Não o tendo encontrado, voltaram para Jerusalém à sua procura. 46Três dias depois, o encontraram no Templo. Estava sentado no meio dos mestres, escutando e fazendo perguntas. 47Todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas.48Ao vê-lo, seus pais ficaram muito admirados e sua mãe lhe disse: “Meu filho, por que agiste assim conosco? olha que teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura”.49Jesus respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?” 50Eles, porém, não compreenderam as palavras que lhes dissera. 51Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e era-lhes obediente.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


Lembrai-vos de nós, São José!

É esta a regra geral de todas as graças singulares concedidas a qualquer criatura racional: quando a Divina Providência escolhe alguém para uma graça singular ou para um estado elevado, concede à pessoa assim eleita todos os carismas que são necessários ao seu ministério.
Isto se verificou de forma eminente em São José, pai adotivo do Senhor Jesus Cristo e verdadeiro esposo da Rainha do mundo e Senhora dos Anjos, que foi escolhido pelo Eterno Pai para guarda fiel e providente dos seus maiores tesouros: o Filho de Deus e a Virgem Maria. E fidelissimamente desempenhou este ofício; por isso lhe disse o Senhor: “Servo bom e fiel, entra na alegria do teu Senhor”.
Consideremos São José diante de toda a Igreja de Cristo: não é acaso ele o homem eleito e singular, por meio do qual e sob o qual, de modo ordenado e honesto, se realizou a entrada de Cristo no mundo? Se, portanto, toda a Santa Igreja é devedora à Virgem Mãe, porque por meio dela recebeu Cristo, assim também, logo a seguir, deve a São José uma singular gratidão e reverência.
Ele é na verdade o termo da Antiga Aliança. Nele, a dignidade dos Patriarcas e dos Profetas alcança o fruto prometido. Ele é o único que realmente alcançou aquilo que a Divina Condescendência lhes tinha prometido. E não devemos duvidar que a intimidade, a reverência e a sublime dignidade que Cristo lhe tributou, enquanto procedeu na terra como filho para com seu pai, decerto também lha não negou no Céu, mas antes a completou e consumou.
Por isso não é sem motivo que o Senhor lhe diz: “Entra na alegria do teu Senhor”. De fato, apesar de ser a alegria da bem-aventurança eterna que entra no coração do homem, o Senhor prefere dizer-lhe: “Entra na alegria”, para insinuar misteriosamente que a alegria não está só dentro dele, mas o circunda de todos os lados e o absorve e submerge como abismo sem fim.
Lembrai-vos de nós, São José, e intercedei com as vossas orações junto do vosso Filho; tornai-nos também propícia a Virgem vossa Esposa, que é a Mãe d’Aquele que vive e reina com o Pai e o Espírito Santo pelos séculos sem fim! Amém.
Padre Bantu Mendonça

segunda-feira, 18 de março de 2013

EVANGELHO DO DIA


EVANGELHO (Jo 8, 1-11)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1Jesus foi para o monte das Oliveiras. 2De madrugada, voltou de novo ao Templo. Todo o povo se reuniu em volta dele. Sentando-se, começou a ensiná-los.3Entretanto, os mestres da Lei e os fariseus trouxeram uma mulher surpreendida em adultério. Levando-a para o meio deles, 4disseram a Jesus: “Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. 5Moisés na Lei mandou apedrejar tais mulheres. Que dizes tu?”
6Perguntavam isso para experimentar Jesus e para terem motivo de o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, começou a escrever com o dedo no chão. 7Como persistissem em interrogá-lo, Jesus ergueu-se e disse: “Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”. 8E tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão.
9E eles, ouvindo o que Jesus falou, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos; e Jesus ficou sozinho, com a mulher que estava lá, no meio, em pé. 10Então Jesus se levantou e disse: “Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?” 11Ela respondeu: “Ninguém, Senhor”. Então Jesus lhe disse: “Eu, também, não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


REFLEXÃO

COMO ESTÁ SUA CONSCIÊNCIA?

No Evangelho de hoje (por sinal, o mesmo Evangelho do 5º Domingo da Quaresma), a pergunta dos mestres da Lei tinha uma resposta clara segundo a Torá e a tradição. Porém, existiam umas conclusões que podiam colocar em situação crítica aquele que respondesse legalmente à pergunta solicitada. Caso Jesus desse uma resposta afirmativa, ele seria condenado pela autoridade romana como executor de uma sentença de morte, à qual não tinha direito e, portanto, seria punido como um assassino. Caso sua resposta fosse negativa, Jesus seria condenado como quem despreza a Lei pátria e seu desprestígio seria máximo entre os judeus ortodoxos, com uma reputação totalmente negativa que o aniquilava como mestre em Israel.
Por isso, como bom Mestre, Jesus nada responde e se inclina para escrever no chão como quem desenha letras sem sentido na terra. Ele se desentende de um problema que não é seu e que não tem por que responder, pois ele não tinha testemunhado o adultério e não era juiz no caso, que como caso de morte seria o sinédrio quem o julgaria. Eram as testemunhas que deveriam atuar por meio da denúncia ao juiz, atirando as primeiras pedras para que o povo respondesse e assim evitar o mal que, do contrário, contaminaria todo o povo (Dt 22, 22). É costume entre os árabes fazer traços com o dedo quando o que estão escutando não é de seu interesse. É possível que Jesus atuasse em consonância com esta última suposição. Por isso os acusadores insistem.
Para entendermos a resposta de Jesus, devemos buscar precedentes na tradição e na Lei. Já disse que são as testemunhas quem deveriam ser as primeiras pessoas a atirar as pedras – que deviam ser dirigidas ao coração da vítima – para acabar de imediato com sua vida.
“Quem estiver sem pecado entre vós atire a primeira pedra”. Naquele tempo, os homens adúlteros eram tantos que se deixou de aplicar a Lei. Então, suas atitudes estavam em confronto com a posição do Mestre: o “sem pecado” entre vós seja o primeiro a lhe atirar a pedra. Ninguém esperava de Jesus esta resposta que respeita a Lei e não é um mandato, mas um aviso e uma lição.
Meu irmão e minha irmã, nós que gostamos de julgar e condenar os outros por pouco que façam de errado, não podemos nem temos o direito de julgar e condenar se somos culpados do mesmo delito. Veja que os mestres da Lei atacaram a Jesus com a Lei. Mas Ele os contra-ataca com a consciência, que é a lei suprema para todo homem em particular.
O que aconteceu ontem se repete em nossos dias. Que aconteceu dentro da consciência dos acusadores? Por que começaram a se retirar, a começar pelos mais velhos? Eles ficaram com a consciência pesada de tantos pecados, e por isso foram saindo um por um. Os mais velhos foram os primeiros.
Os mais velhos não são mais pecadores, mas os que acumulam maior número de pecados. Os mais velhos entenderam por experiência que agora eram eles, as testemunhas, as que passavam de declarantes a juízes e o processo e a condenação estavam transferidos de Jesus a eles mesmos. Jesus não poderia ser incriminado nem pela negligência perante a lei de Moisés, nem pela execução de uma pessoa que a lei romana não permitia na época.
A morte da adúltera não era o motivo principal da denúncia, pois o que pretendiam era a implicação de Jesus na morte da mesma. Faltando este último, o teatro urdido desmoronava como um castelo de cartas.
Falando do perdão, Santo Agostinho diz que, no fim, duas pessoas estavam presentes na cena: a miséria e a misericórdia. Se ninguém a condenava, Jesus tampouco a condena. A lei divina foi transformada por esta sentença: sempre que o arrependimento seja sincero e acompanhe o propósito de não pecar mais, o perdão será absoluto. O passado é apagado e o futuro só depende do presente e das disposições do momento. A memória servirá para enaltecer a bondade de Deus que perdoa, sem exigir compensações.
É assim que Deus faz conosco quando erramos, é assim que Jesus nos ensina a fazer quando os nossos nos ofendem. Portanto, a sabedoria de Jesus dá um “xeque-mate” a quem pensava tê-Lo apanhado. E é precisamente por meio de uma consciência, que aparentemente não funcionava, que os mais velhos reconhecem seu erro e retiram sua denúncia.
Como está a sua consciência quando você censura o seu marido, esposa, filho, filha, pais, vizinho, colega, funcionário – ou qualquer um com quem você se encontra pelo caminho – pelos mesmos delitos que, usualmente, você comete (e talvez até mais graves do que aqueles que consegue enxergar nos outros)?
Lembro a você que muitos erros que os outros cometem teriam solução em nossa própria casa se nós os assumíssemos como nossos e nos empenhássemos a resolvê-los. Até porque neles somente os contemplamos para criticá-los e não para ajudar na solução. Verdade ou mentira?
Levante os olhos e veja que o perdão divino é mais amplo do que nós geralmente acreditamos. Só exige que tenhamos a vontade de não optar mais pelo mal.
Paremos de olhar para os pecados dos outros e formular um juízo de condenação, pois os nossos pecados são maiores do que os dos outros. A única diferença é que os nossos pecados são “invisíveis”, pois dificilmente os vemos com nossos próprios olhos, ao passo que os dos outros conseguimos sempre enxergar. Mas se nos colocamos no lugar do outro, e nos propomos a ajudar para que o outro se levante e caminhe, então teremos ganhado o nosso irmão e a nossa recompensa nos céus.
Padre Bantu Mendonça


domingo, 17 de março de 2013

EVANGELHO DO DIA

EVANGELHO Jo 8, 1-11
 
"Quem dentre vós não tiver pecado, seja
o primeiro a atirar-lhe uma pedra."
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 8,1-11

Naquele tempo:1Jesus foi para o monte das Oliveiras.2De madrugada, voltou de novo ao Templo.Todo o povo se reuniu em volta dele.Sentando-se, começou a ensiná-los.3Entretanto, os mestres da Lei e os fariseustrouxeram uma mulher surpreendida em adultério.Colocando-a no meio deles,4disseram a Jesus: "Mestre,esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério.5Moisés na Lei mandou apedrejar tais mulheres.Que dizes tu?"6Perguntavam isso para experimentar Jesuse para terem motivo de o acusar.Mas Jesus, inclinando-se,começou a escrever com o dedo no chão.7Como persistissem em interrogá-lo,Jesus ergueu-se e disse:"Quem dentre vós não tiver pecado,seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra."8E tornando a inclinar-se,continuou a escrever no chão.9E eles, ouvindo o que Jesus falou,foram saindo um a um,a começar pelos mais velhos;e Jesus ficou sozinho,com a mulher que estava lá, no meio do povo.10Então Jesus se levantou e disse:"Mulher, onde estão eles?Ninguém te condenou ?"11Ela respondeu: "Ninguém, Senhor."Então Jesus lhe disse:"Eu também não te condeno.Podes ir, e de agora em diante não peques mais."Palavra da Salvação.



A glória de Deus é que o homem viva para sempre

Com a expressão: “Quem não tiver pecado atire a primeira pedra”, Jesus toca a consciência daqueles homens que se consideravam justos, sem pecados e, por isso, sem motivos de censura.
No Evangelho deste 5º Domingo da Quaresma, uma mulher que foi apanhada em adultério foi trazida à presença de Jesus pelos escribas e fariseus. Jesus estava pregando no Templo e havia muitas pessoas ao redor. E essa mulher foi posta no meio dessa multidão. Com certeza, ela passou muita vergonha. É provável que ela estivesse com os olhos fechados de tanta vergonha. E segundo a Palavra de Deus, ela só esperava as pedras “voando” em cima dela, como punição. Mas no fim, quando ela percebeu, não tinha mais ninguém ao seu redor.
Jesus pregou para essa mulher? Não, Ele não pregou para essa mulher. Houve alguém que a condenasse? Não. Então ele disse: “Eu também não te condeno. Vai e não peques mais”.
Se fosse meu caso – como sou padre – provavelmente eu aproveitaria essa oportunidade e passaria um “sermão” nessa mulher nos seguintes termos: “O que você estava pensando ao fazer uma coisa dessas? Você conhece os mandamentos da Bíblia. Você sabe que se você adulterar, seu castigo será o apedrejamento. Por que você fez isso? Falta juízo na sua cabeça! Não tem jeito, a Palavra diz isso”. Mas somos convidados a contemplar o silêncio de Jesus e a Sua misericórdia.
“Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou? – Ninguém, senhor! – respondeu ela. E Jesus conclui – Pois eu também não condeno você. Vá e não peque mais!”
Por outro lado, a mulher poderia ter dito: “Mas Jesus, segundo a Lei, eu adulterei então eu preciso morrer”. Não se preocupe, vá. Pode ser que a mulher não tenha compreendido o que aconteceu com ela. Mas, quando Jesus foi crucificado, é provável que ela estivesse lá naquela multidão ou olhando de longe a triste cena. E nesse momento, talvez ela tenha entendido: “Segundo as leis de Deus, eu é que tinha que ser morta pelo meu pecado”. Eu fui salva, mas, no meu lugar, aquele homem que me salvou está sendo crucificado”. E eu penso que, quando ela percebeu e entendeu o que tinha acontecido, ela chorou.
O Cristianismo tem muitos princípios bons, muitos mandamentos, mas ele não se restringe somente a isso. Ele é, sobretudo, misericórdia, perdão, piedade e amor de Deus entre os homens.
Somente conhecer os ensinamentos que estão escritos na Bíblia é ser um “fariseu”. É condenar e matar. Mas praticar o amor de Cristo nos torna testemunhas de Jesus Cristo.
Convido você a se desfazer das multidões… Nós gostamos de juntar pessoas para criticar, fofocar, censurar e condenar. Aprendamos com Jesus o “ir à procura” da ovelha perdida, do filho pródigo, da pecadora, da excluída e marginalizada dando-lhe uma oportunidade na vida. Pois a glória de Deus é que o homem viva. E viva para sempre.

Padre Bantu Mendonça

sexta-feira, 15 de março de 2013

EVANGELHO DO DIA


EVANGELHO (Jo 7, 1-2.10.25-30)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1Jesus andava percorrendo a Galileia. Evitava andar pela Judeia, porque os judeus procuravam matá-lo. 2Entretanto, aproximava-se a festa judaica das Tendas.10Quando seus irmãos já tinham subido, então também ele subiu para a festa, não publicamente mas sim como que às escondidas. 
25Alguns habitantes de Jerusalém disseram então: “Não é este a quem procuram matar?26Eis que fala em público e nada lhe dizem. Será que, na verdade, as autoridades reconheceram que ele é o Messias? 27Mas este, nós sabemos donde é. O Cristo, quando vier, ninguém saberá donde é”. 
28Em alta voz, Jesus ensinava no Templo, dizendo: “Vós me conheceis e sabeis de onde sou; eu não vim por mim mesmo, mas o que me enviou é fidedigno. A esse, não o conheceis, 29mas eu o conheço, porque venho da parte dele, e ele foi quem me enviou”.30Então, queriam prendê-lo, mas ninguém pôs a mão nele, porque ainda não tinha chegado a sua hora. 

- Palavra da Salvação. 
- Glória a vós, Senhor.


OS FUNDAMENTOS DA NOSSA FESTA

Irmãos e irmãs, o contexto do Evangelho segundo João 7, 1-2.10.25-30 está intimamente ligado à festa judaica chamada “Festa das Tendas” ou “Cabanas”. Uma festa marcada pela alegria devido ao fim das colheitas e pelo reconhecimento das intervenções do Senhor para com o seu povo no tempo do Êxodo. Esta festa era também um momento de recordar e anunciar os bens messiânicos.

E quem estava para ir, como os seus familiares, para esta festa em Jerusalém? Àquele que é o maior fruto colhido da Providência e Misericórdia Divina, a manifestação plena e eterna da salvação prometida por Deus para com os povos e o Messias em Pessoa, a cumprir as promessas messiânicas outrora anunciadas: «Acontecerá então que todos os sobreviventes das nações que tiveram marchado contra Jerusalém subirão, ano após ano, à cidade para se prosternarem diante do rei, o Senhor de todo poder, e para celebrar a festa das Tendas» (Zc 14, 16).
Portanto, nesta grande festa de ação de graças, eles tiveram a oportunidade de reconhecerem e se renderem, em meio aos louvores, a Jesus (Deus salva), o Senhor Todo-Poderoso e Rei dos reis. Mas isto tudo a conjugar com o mistério da liberdade humana e optar por aceitar a crer nas revelações de Deus.
Infelizmente, já no seio familiar, Cristo encontrou resistência (cf. Mc 3, 21), igualmente por parte também de muitos outros judeus, que neste caso incluiu principalmente os líderes religiosos do tempo de Cristo (cf. Jo 7, 1.25). No entanto, movido pela obediência ao Pai de onde veio, não deixou de se arriscar para anunciar a Boa Nova, mesmo em meio a um ambiente alegre para todos e hostil a Ele: «Em alta voz, Jesus ensinava no templo: “Vós me conheceis e sabeis de onde sou; eu não vim por mim mesmo, mas o que me enviou é fidedigno. A esse não o conheceis, mas eu o conheço, porque venho da parte dele, e ele foi quem me enviou» (Jo 7, 28-29).
Assim Jesus se apresentou não como um “estraga festas”, mas como o fundamento da alegria que festeja as manifestações do Amor de Deus no passado, presente e na certeza que não falhará no futuro.
Também hoje podemos perceber que existem muitas motivações e sensibilidade para com o bom humor e, propriamente, a alegria. Agora, somente pela livre adesão a Jesus Cristo, por uma fé obediente, poder-se-á experimentar os frutos do Espírito Santo, do qual a alegria, vinculada ao amor é que promove o verdadeiro e edificante bom humor: «Mas eis o fruto do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, bondade, benevolência, fé, doçura, domínio de si; contra tais coisas não há lei» (Gl 5, 22-23).
Deus quer que os frutos do Espírito Santo, que sinalizam o Reinado do Amor de Deus em nós, também nos faça sinais do mesmo Reino, a partir nós, inclusive nos nossos relacionamentos. Verdade que, de certa forma, desejou o novo Papa para o relacionamento dele com todos os fiéis: «E agora iniciamos este caminho, Bispo e povo…este caminho da Igreja de Roma, que é aquela que preside a todas as Igrejas na caridade. Um caminho de fraternidade, de amor, de confiança entre nós» (Papa Francisco).
Primeiras palavras como Bispo de Roma e Vigário de Cristo que apontam para um estilo de vida possível com a graça de Deus. Com Jesus, no Espírito Santo e como Igreja, podemos continuamente contemplar e anunciar as intervenções deste Deus que continua salvando e abençoando a Igreja e o mundo , inclusive através de cada sucessor de São Pedro.
Por isso tudo, estamos em Quaresma, mas sem perder os motivos de uma festa que não passa.
Padre Fernando Santamaria – Comunidade Canção Nova

quinta-feira, 14 de março de 2013

EVANGELHO DO DIA


JOÃO 5, 31-47

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: 31“Se eu der testemunho de mim mesmo, meu testemunho não vale. 32Mas há um outro que dá testemunho de mim, e eu sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro.
33Vós mandastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade. 34Eu, porém, não dependo do testemunho de um ser humano. Mas falo assim para a vossa salvação.35João era uma lâmpada que estava acesa e a brilhar, e vós com prazer vos alegrastes por um tempo com sua luz.
36Mas eu tenho um testemunho maior que o de João; as obras que o Pai me concedeu realizar. As obras que eu faço dão testemunho de mim, mostrando que o Pai me enviou.37E também o Pai que me enviou dá testemunho a meu favor. Vós nunca ouvistes sua voz, nem vistes sua face, 38e sua palavra não encontrou morada em vós, pois não acreditais naquele que ele enviou.
39Vós examinais as Escrituras, pensando que nelas possuís a vida eterna. No entanto, as Escrituras dão testemunho de mim, 40mas não quereis vir a mim para ter a vida eterna!41Eu não recebo a glória que vem dos homens. 42Mas eu sei que não tendes em vós o amor de Deus. 43Eu vim em nome do meu Pai, e vós não me recebeis. Mas, se um outro viesse em seu próprio nome, a este vós o receberíeis.
44Como podereis acreditar, vós que recebeis glória uns dos outros e não buscais a glória que vem do único Deus? 45Não penseis que eu vos acusarei diante do Pai. Há alguém que vos acusa: Moisés, no qual colocais a vossa esperança. 46Se acre­ditásseis em Moisés, também acreditaríeis em mim, pois foi a respeito de mim que ele escreveu. 47Mas se não acreditais nos seus escritos, como acreditareis então nas minhas palavras?”

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

A PIOR TRISTEZA É A FALTA DO AMOR QUE VEM DE DEUS
Assim como hoje, existiam – no tempo de Jesus – pessoas que ouviram seus ensinamentos, presenciaram seus milagres, mas, mesmo assim, tinham dúvidas. E eram judeus, como Jesus! Hoje, eles não acreditam que Jesus é, de fato, o Filho de Deus. E continuam esperando a primeira vinda do Messias Salvador, anunciado pelos profetas do Antigo Testamento. Também existem muitos não-judeus, que não acreditam que Jesus é o Filho de Deus, e nem acreditam em seu poder. Se você é uma destas pessoas, no Evangelho de hoje Jesus fala diretamente a você!
Jesus cita dois profetas famosos e conhecidos de todos, na época: João Batista e Moisés. Os dois vieram para anunciar a vinda do Messias Salvador. Pois bem, Jesus se apresenta como esse Messias! Quem não acreditar nesses dois profetas, também não acreditará em Jesus. Eles dão testemunho de Jesus. Mas o maior testemunho de Jesus é o próprio Pai, que lhe enviou. Mas quem de vocês já ouviu a voz de Deus? Deus não fala da forma que conhecemos. Deus fala através dos milagres que Jesus realizou e realiza ainda hoje, para quem lhe pede.
Mas no Evangelho de hoje, Jesus não se dirige aos desentendidos. Ele se dirige àqueles que estudam a Bíblia, mas que mesmo assim não acreditam que Ele é o Filho de Deus! E afirma categoricamente: “Mas eu sei que não tendes em vós o amor de Deus”. Ou seja, quem não consegue enxergar os milagres realizados por Jesus como sendo obras de Deus, Seu Pai, é porque tem o coração endurecido. E num coração endurecido não existe o amor. E se Deus é amor, então essa pessoa não tem o amor de Deus. Essa é a pior tristeza que um ser humano pode ter na vida: a falta do amor que vem de Deus.
Há uma “sabedoria de Deus, misteriosa e oculta, que, desde antes dos séculos, Deus antecipadamente nos destinou”. Esta sabedoria de Deus é Cristo; Ele é “poder de Deus e sabedoria de Deus”. No Filho, com efeito, “encontram-se escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento”; oculto no mistério, destinado previamente, desde antes dos séculos, Ele é o que foi predestinado e prefigurado na Lei e nos Profetas. Por isso, os profetas tinham o nome de “videntes”: viam Aquele que estava escondido e desconhecido dos outros. Também Abraão “viu o seu dia e rejubilou”.
Para Ezequiel, os céus abriram-se, enquanto para o povo pecador permaneciam cerrados. “Retirai o véu de cima dos meus olhos, diz Davi, e contemplarei as maravilhas da vossa lei”. Na verdade, a lei é espiritual e, para compreendê-la, é preciso que seja “afastado o véu” e que “a glória de Deus seja contemplada de rosto descoberto”.
No Apocalipse, mostra-se um livro fechado com sete selos. Quantos homens hoje, que se pretendem instruídos, têm nas mãos um Livro selado! São incapazes de o abrir, a menos que seja aberto por “Aquele que tem a chave de Davi; se Ele abrir, ninguém o fechará e, se Ele fechar, ninguém o abrirá”. Nos Atos dos Apóstolos, o eunuco lia o profeta Isaías; contudo, ignorava Aquele que venerava no livro sem O conhecer. Surge Filipe: “Mostra-nos o Pai e isto nos basta!” Jesus mostra-lhe oculto pela letra: “Há tanto tempo que estou convosco e não me conheces? Eu e o Pai somos um”.
Compreenda, pois, que você não pode se comprometer com as Sagradas Escrituras sem ter um guia que lhe mostre o caminho. E este guia é a Última Palavra de Deus. Não espere outros sinais. Em Jesus, você tem tudo o que precisa para ser feliz para sempre. Se ainda tem dúvidas eu lhe mostro o Caminho.
Hoje, Jesus bate à sua porta e lhe diz: “Venha e siga-me, pois Eu e o Pai somos um. Venha que lhe mostrarei o Caminho que conduz à vida eterna”.
Padre Bantu Mendonça

Bom dia a todos!

quarta-feira, 13 de março de 2013

Habemus Papam!!

Humildade: essa é a Palavra de Deus para a Igreja!
Bem-vindo Papa Francisco I!


EVANGELHO DO DIA

João 5,17-30
Jesus Cristo, sois bendito, sois o ungido de Deus Pai! 
Eu sou a ressurreição, eu sou a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá (Jo 11,25s). 


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João. 
Naquele tempo, 5 17 Mas Jesus respondeu aos judeus: "Meu Pai continua agindo até agora, e eu ajo também". 
18 Por esta razão os judeus, com maior ardor, procuravam tirar-lhe a vida, porque não somente violava o repouso do sábado, mas afirmava ainda que Deus era seu Pai e se fazia igual a Deus.
19 Jesus tomou a palavra e disse-lhes: "Em verdade, em verdade vos digo: o Filho de si mesmo não pode fazer coisa alguma; ele só faz o que vê fazer o Pai; e tudo o que o Pai faz, o faz também semelhantemente o Filho.
20 Pois o Pai ama o Filho e mostra-lhe tudo o que faz; e maiores obras do que esta lhe mostrará, para que fiqueis admirados.
21 Com efeito, como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida, assim também o Filho dá vida a quem ele quer.
22 Assim também o Pai não julga ninguém, mas entregou todo o julgamento ao Filho.
23 Desse modo, todos honrarão o Filho, bem como honram o Pai. Aquele que não honra o Filho, não honra o Pai, que o enviou.
24 Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida.
25 Em verdade, em verdade vos digo: vem a hora, e já está aí, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão.
26 Pois como o Pai tem a vida em si mesmo, assim também deu ao Filho o ter a vida em si mesmo,
27 e lhe conferiu o poder de julgar, porque é o Filho do Homem.
28 Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que se acham nos sepulcros sairão deles ao som de sua voz:
29 os que praticaram o bem irão para a ressurreição da vida, e aqueles que praticaram o mal ressuscitarão para serem condenados.
30 De mim mesmo não posso fazer coisa alguma. Julgo como ouço; e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou".
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
PROCURAVAM MATÁ-LO
O ódio crescente contra Jesus e a decisão de matá-lo tinha uma razão bem clara: sua pretensão de fazer-se igual a Deus. Isto se deduzia da liberdade com que trabalhava em dia de sábado. Segundo a teologia da época, só Deus trabalha em dia de sábado para garantir a subsistência da criação e da vida sobre a face da Terra. Os sinais realizados por Jesus, em dia de sábado, tinham características semelhantes, pois estavam estreitamente relacionados com a recuperação da vida.
Nos seus ensinamentos, Jesus jamais chamou-se de "Deus". De fato, sempre falou do Pai, a cuja vontade estava submetido, do qual viera e para o qual voltaria, que o enviou com a missão de restaurar a existência humana corrompida pelo pecado. Sua palavra era perpassada pela consciência de ser Filho. Nunca pretendeu usurpar o lugar do Pai; antes, soube colocar-se no seu devido lugar até o último momento, quando exclamou: "Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito!".
Jesus, porém, tinha consciência de ser o caminho de encontro com o Pai. Quem acolhesse suas palavras, estaria acolhendo as palavras do Pai. Crer nele comportava crer no Pai. Honrá-lo corresponderia a honrar o Pai. Pelo contrário, rejeitá-lo significava rejeitar o Pai.
A teologia rígida dos adversários de Jesus não podia suportar tamanha ousadia. A decisão de matá-lo foi o expediente extremo para eliminar uma pessoa incômoda.

Oração
Pai, tu me deste teu Filho Jesus como caminho para encontrar-me contigo. Reforça minha fé, de modo que, conhecendo mais a Jesus, possa também conhecer-te mais.

terça-feira, 12 de março de 2013

EVANGELHO DO DIA


Evangelho - Jo 5,1-16

No mesmo instante o homem ficou curado.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 5,1-16

1Houve uma festa dos judeus, e Jesus foi a Jerusalém. 2Existe em Jerusalém, perto da porta das Ovelhas, uma piscina com cinco pórticos, chamada Betesda em hebraico. 3Muitos doentes ficavam ali deitados - cegos, coxos e paralíticos -, esperando que a água se movesse. 4De fato, uma anjo descia, de vez em quando, e movimentava a água da piscina, e o primeiro doente que aí entrasse, depois do borbulhar da água, ficava curado de qualquer doença que tivesse. 5Aí se encontrava um homem, que estava doente havia trinta e oito anos. 6Jesus viu o homem deitado e sabendo que estava doente há tanto tempo,disse-lhe: "Queres ficar curado?" 7O doente respondeu: "Senhor, não tenho ninguém que me leve à piscina, quando a água é agitada. Quando estou chegando, outro entra na minha frente". 8Jesus disse: "Levanta-te, pega na tua cama e anda." 9No mesmo instante, o homem ficou curado, pegou na sua cama e começou a andar. Ora, esse dia era um sábado. 10Por isso, os judeus disseram ao homem que tinha sido curado: "É sábado! Não te é permitido carregar tua cama." 11Ele respondeu-lhes: "Aquele que me curou disse: "Pega tua cama e anda". "12Então lhe perguntaram: "Quem é que te disse: "Pega tua cama e anda?" 13O homem que tinha sido curado não sabia quem fora, pois Jesus se tinha afastado da multidão que se encontrava naquele lugar. 14Mais tarde, Jesus encontrou o homem no Templo e lhe disse: "Eis que estás curado. Não voltes a pecar, para que não te aconteça coisa pior". 15Então o homem saiu e contou aos judeus que tinha sido Jesus quem o havia curado. 16Por isso, os judeus começaram a perseguir Jesus, porque fazia tais coisas em dia de sábado.
Palavra da Salvação.


Reflexão - Jo 5, 1-16

Muitas vezes, as pessoas que sofrem diferentes formas de males possuem uma fé muito grande no poder de Deus, mas de algumas formas são impedidas de chegar até ele e receber as suas graças, condição indispensável para a superação de seus males e sofrimentos. É o caso do paralítico, que acreditava no poder de Deus e na cura que viria pela ação do anjo ao agitar a água, mas era impedido pelos outros que entravam primeiro na piscina. Assim também acontece hoje quando criamos uma série de regras e preceitos humanos que dificultam a participação de muitos na vida divina e um relacionamento pessoal com ele, que é a fonte de todas as graças que nos dão vida em abundância.

(Fonte: CNBB)