Paróquia São João Paulo II, Sombrio, Diocese de Criciúma (SC)

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segunda-feira, 21 de junho de 2010

Salette - uma mensagem



Salette é pequeno município, na França, formado por aldeias pobres, localizado entre os penhascos dos Alpes da Europa.

Em 19 de setembro de 1846, entre as montanhas de até 2.200 metros de altura, cerca de 600 famílias de agricultores sobreviviam às doenças, fome, conseqüências de uma agricultura fracassada. Pessoas que viviam voltadas para si mesmas, sem perspectiva de vida, desinteressadas pela religião. É a esta gente rude, pobre e abandonada como “ovelhas perdidas” que a Mãe de Deus veio falar de esperança e vida. Ela aparece a 2 pastorinhos, Maximino Giraud, de 11 anos e Melânia Calvat, de 13.

Na tarde de 19 de setembro de 1846, sobre a montanha da Salette, um forte clarão os chama atenção. Melânia grita: “Meu Deus, caiu o sol!” Abre-se o globo e aparece uma “Bela Senhora”, vestida de camponesa, sentada sobre uma pedra, rosto entre as mãos, cotovelos sobre os joelhos e chorando. O menino interpreta: “Deve ser uma Mãe que apanhou e veio aqui chorar”. Então, a “Bela Senhora” levanta-se e convida os pequenos a se aproximarem dela: “Vinde, meus filhos, não tenhais medo, aqui estou para vos contar uma grande novidade”.

De pé, sempre em pranto, com um crucifixo sobre o peito, donde pende um “Jesus que parecia vivo e nele paravam as lágrimas dela”, transmite uma mensagem fortemente bíblica, sempre atual, que nos enche de esperança, muito válida nos dias de hoje.

“Se meu povo não quer submeter-se, sou forçada a deixar cair o braço de meu Filho. É tão forte e pesado que não posso mais sustentar. Há tanto tempo que sofro por vós! Se quero que meu Filho não vos abandone, sou incumbida de suplicar-lhe sem cessar, e quanto a vós, nem fazeis caso. Por mais que rezeis, por mais que façais, jamais podereis recompensar os cuidados que tenho por vós. Dei-vos seis dias para trabalhar. Reservei-me o sétimo, e não mo quereis conceder! É isso que torna tão pesado o braço de meu Filho! E também, os carroceiros não sabem jurar sem usar o nome de meu Filho! São essas duas coisas que tornam tão pesado o braço de meu Filho! Se a colheita se estraga, é só por vossa causa. Eu vô-lo mostrei no ano passado com as batatinhas: vós nem fizeste caso! Ao contrário, quando encontráveis batatinhas estragadas, praguejáveis usando o nome de meu Filho. Elas continuarão assim e para o Natal não haverá mais. Não compreendeis meus filhos? Vou dizê-lo de outro modo”. (A Bela Senhora prossegue sua mensagem em dialeto local). “Se tiverdes trigo, não deveis semeá-lo. Todo o que semeardes será devorado pelos insetos, e o que produzir será transformado em pó ao ser malhado. Virá uma grande fome. Antes, porém, que a fome chegue, as crianças, menores de sete anos, serão acometidas de febre e morrerão nos braços das pessoas que as carregarem. Os outros farão penitência pela fome. As nozes caruncharão, as uvas apodrecerão”. (Aqui a Bela Senhora fala em particular a cada um dos dois e de novo os dois juntos voltam a ouvir suas palavras).

“Se vos converterem, as pedras e rochedos se transformarão em montões de trigo, e as batatinhas aparecerão semeadas nos campos.

Fazeis bem vossa oração, meus filhos?” (-Não muito, Senhora! Confessam as crianças).

“Ah! Meus filhos é preciso fazê-la bem, à noite e de manhã, rezando ao menos um “Pai Nosso” e uma “Ave Maria”. Quando puderdes fazer melhor, rezai mais. Durante o verão, só algumas mulheres idosas vão à missa, os outros trabalham no domingo, durante todo o verão. Durante o inverno, quando não sabem o que fazer, só vão à missa para zombar da religião. Na quaresma, vão ao açougue como cães. Nunca vistes trigo estragado, meus filhos?” (-Não Senhora! Responderam eles). “Mas, tu, meu filho, tu deves tê-lo visto alguma vez, em Coin, com teu pai. O dono da roça disse a teu pai que fosse ver seu trigo estragado. E, fostes até lá. Apanhastes duas ou três espigas entre as mãos, e, esfregando-as, tudo virou em pó. Ao voltares, quando estáveis a meia hora de Corps, teu pai te deu um pedaço de pão dizendo: toma, meu filho, come pão neste ano ainda, pois não sei quem dele comerá no próximo ano, se o trigo continuar assim!” (-Ah! Sim, Senhora, respondeu Maximino, agora lembro. Há pouco não lembrava disso.)

E a Bela Senhora conclue em francês: “Pois bem, meus filhos, transmitam esta mensagem a todo meu povo. Vamos, meus filhos, transmitam esta mensagem a todo meu povo.”

Repetindo isso, foi se erguendo nos ares até sumir.

-“Deve ser uma santa”, disse Melânia.

-“Se a gente soubesse disso, poderíamos ter pedido que nos levasse consigo”, conclui Maximino
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